Relato do parto do Miguel e da Rute

Na frente o Miguel, ao fundo a Rute


Miguel e Rute estão maravilhosos! Ambos pesando quase 6 kg, usando roupinhas tamanho M, dão risadinhas, "falam" conosco, são uns fofos, amores das nossas vidas. Ser mãe é maravilhoso, mas minha rotina é 24 horas babies, e ter gêmeos dá trabalho, muito trabalho! Não  estou reclamando de nada, Deus é fantástico em ter nos dado esses presentinhos.

Queria ter feito esse relato muito antes, mas me faltou tempo para me dedicar a ele. Segue como foi esse momento especial da minha vida:

Uma semana antes de nascer: Segunda de manhã: passei uma noite terrível, com dores nas costelas do lado direito, além de uma dor muscular na região abdominal muito grande. Eu sabia que não era contração de parto, por causa da freqüência e porque não se assemelhava com cólicas menstruais. Liguei para a clínica da minha GO – Dra. Daniella Castellotti , e marcamos uma consulta de urgência. Eu não tinha posição para sentar, para ficar de pé, além da ansiedade que me tomava conta. Fomos eu e o Mimão para a clínica, e a única coisa que eu pensava é que não queria que tivesse chegado “a hora”, já que eu estava de 36 semanas e 3 dias. Já na IPGO , fizemos o monitoramento fetal e realmente eu não tinha contrações, não era o momento. O que justificava aquela dor era a posição dos bebês, a grande barriga e a quase já falta de espaço lá dentro para eles.

Dra. Dani vendo o meu sofrimento, disse que se eu quisesse ela faria o parto naquele dia, porque os babies estavam com pesos ótimos, e que eu precisava ver só o meu bem estar, o quanto eu agüentava mais. Comecei a chorar. Eu estava cansada do peso da barriga, das dores, mas ao mesmo tempo pensei em nossos pequenos, não queria que eles nascessem antes de 37 semanas. Dra. Dani não insistiu, e mais uma vez se mostrou ética, profissional e humana - ela sempre foi uma dama. Naquele momento decidimos marcar o parto para uma semana depois, para o dia 18/05. Os babies já não seriam mais prematuros nesta data, e isso me tranqüilizou. Mantivemos a data em sigilo, exceto para nossos pais, irmãos e uma amiga minha.

O DIA: No sábado que antecedeu a esta data, eu e o Mimão resolvemos comemorar o dia que estava chegando – comemos 3 pacotes de pipoca de microondas, mais 2 kg de sorvete com bolachas e bolo, assistindo American Idol pela TV. Imagina se não estávamos ansiosos... Mas quem nos visse não diria que aquilo era ansiedade, pois só ríamos e falávamos besteira. Esta noite de sábado resolvi chutar o pau da barraca, depois de tantos meses controlando minha alimentação e porque a essa altura do campeonato eu não teria mais diabete gestacional. Ficamos tortos no sofá de tanto comer besteiras, mas ficamos felizes.

De domingo para segunda fomos dormir cerca de 2:00h da madruga. Recordamos nossos anos que estamos juntos, tudo o que já vivemos, além de tudo o que passamos com a gravidez, as alegrias e os momentos difíceis.

Acordei por volta das 7:00h. Tomei um café da manhã super reforçado (pães, cereais, frutas, iogurte), pois teria que ficar em quase jejum até a hora do parto.

Às 12:00h tomei um copo de iogurte com suco, e depois disso já não podia mais comer ou beber até a hora do parto.

Foi uma manhã tranqüila e serena. Nossa malinha estava pronta, nossa casa limpa e arrumada, estávamos bem.

13:00h: Um pouco antes de sairmos de casa, sentamos na sacada do apartamento e ficamos em silêncio. Papariquei nossos 3 lindos gatinhos – Peteleca, Pirata e Mixirica, e os três grudaram em mim; parece que sabiam o algo diferente ia acontecer. Falei para eles que a casa ficaria ainda mais feliz do que já era e que em breve eu estaria de volta com os dois novos “irmãos” deles.

Fomos para a maternidade. Ríamos no carro, mas tínhamos momentos de silêncio, e em respeito de um para o outro, permanecíamos quietos. 

Chegamos um pouco antes das 14:00h na Pro Matre, e quando descemos de carro no estacionamento me veio uma vontade de chorar, mas disfarcei e sorri.

Eu e o Mimão subimos para a recepção principal e demos entrada na maternidade, além de já escolhermos entre 3 opções de apartamento que tinham disponíveis.

Enquanto esperávamos na recepção, cerca de 15 minutos que estávamos lá, chegou meu sogro... 5 minutos depois chegou minha mãe. Isso porque eles sabiam que o parto seria às 16:30. Mães e pais, todos iguais...

Batemos um papinho com os dois e aparentemente nossos pais estavam mais ansiosos que nós.

Deixamos os dois na recepção e fomos eu e o Mimão numa outra recepção, onde passei por exames prévios: mediram minha pressão, batimentos cardíacos, fizeram monitoramento fetal, checaram os exames que eu levei, fizeram perguntas e mais perguntas. Esta triagem foi demorada, acho que ficamos lá por cerca de 1:30h.

Quando eu saí dessa triagem, já me colocaram numa cadeira de rodas, e aí encontrei minha querida amiga Nádia, que foi também acompanhar esse momento tão único em nossas vidas.

16:00: Me levaram para o quarto 117, onde seria nossa hospedagem. Nos aguardavam dentro do quarto minha mãe e meu sogro. A enfermeira me passou um avental, pediu para eu tirar toda a roupa e deitar numa maca. Nessa hora meu coração acelerou. Quando saí do quarto não consegui olhar nos olhos da minha mãe, pois sabia que iria chorar. Disse apenas: “Até mais meninas!”, me referindo a mamis e a minha amiga Nádia.

16:30: Fomos para o Centro Cirúrgico. O Mimão correu para o estacionamento, pois tinha deixado a máquina fotográfica dentro do carro. Quando passei no corredor em direção ao Centro Cirúrgico, cruzei com a Dra. Dani (minha obstetra - IPGO), o Dr. Julio Augusto Jr (também obstetra no meu parto - IPGO), o Dr. Milton Reitzfeld (anestesista – Huntington), e a Roseli (instrumentadora - IPGO): o quarteto fantástico. Vê-los me aguardando antes de entrar no Centro Cirúrgico meu deu muita segurança e paz.

Entrei na sala. Tinham muitas enfermeiras e auxiliares me aguardando, não sei ao certo quantas pessoas. Tocava música, as pessoas conversavam entre si, se apresentaram a mim, o clima era muito leve, nem parecia que a pouco ocorreria uma cirurgia. Me encheram de “fios”, deram medicamento na veia, colocaram aquele pano para que eu não visse nada. Naquele momento eu orei, pedi mais uma vez a Deus que desse tudo certo comigo e com os babies.

O Mimão não chegava, comecei a ficar ansiosa. Pedi para que a Dra. Dani não começasse sem o meu marido. Daqui a pouco ela disse: “O Vinicius está aí fora, fica tranquila”. Ufaaaaaaa, tranquilizei.

O Dr. Milton pediu para que desligassem a música, os demais me ajudaram a sentar e começou a anestesia. Nesta hora meu coração acelerou, fechei os olhos e tentei relaxar nos braços de uma enfermeira. Eu estava tão quieta na hora da anestesia que daqui a pouco senti uma mão nas minhas costas, e a Dra. Dani disse: “Está tudo bem, Roberta?”, e eu disse: “Sim, tudo bem.”. Aquele momento da anestesia parecia uma eternidade.  Aos poucos senti a “falta” dos membros inferiores.

Deitada vi meu amor entrando no Centro Cirúrgico feito um foguete e sentou do meu lado. Fiquei feliz em vê-lo ali segurando na minha mão e dizendo que me amava.


De repente... às 17:03h, ouço um chorinho parecendo com miado de gato e depois bem alto... EU E O MIMÃO JÁ COMEÇAMOS A CHORAR. ERA O MIGUEL, NOSSO AMORZINHO, NOSSO MENINÃO VINDO AO MUNDO com 2.760 kg. Segundos depois me mostraram aquele bebê cheio de sangue, inchado, chorando muito, com cabelinho pretinho. Eu eu dizia: “Oi filho, é a mamãe e o papai, não chora, estamos aqui.” O Mimão chorava e ria. Um minuto depois ouvi um choro muito forte...ERA NOSSA RUTE, NOSSA PRINCESA, AMOREQUINHA CHEGANDO TAMBÉM. Era um menina branquelinha, bochechuda, inchada e chorona, com 3.030 kg.  Foi tudo muito rápido.

Com os dois já enrolados e limpinhos, colocaram eles no meu ombro. Até hoje eu lembro do cheirinho dos dois e do calor da pele deles quando eu os beijei.

NADA, NADA SE COMPARA A ALEGRIA QUE SENTI NAQUELE MOMENTO. NASCERAM NOSSOS DOIS FILHOS PERFEITOS, LINDOS, FORTES. MEU MIMÃO ERA SÓ ALEGRIA E LÁGRIMAS. SABÍAMOS QUE NÃO ÉRAMOS MAIS APENAS UM CASAL, MAS ÉRAMOS UMA FAMÍLIA.


Bom... isso foi na segunda-feira, e só fui embora da maternidade na sexta-feira. Motivo: tive trombofrebite na perna direita e também senti muitas dores no útero na quarta-feira, decorrente da involução uterina muito rápida. Fora esse “detalhes”, tudo correu bem na nossa estadia no Pro Matre. Meus lindos filhos já amamentaram no peito no mesmo dia que nasceram - às 23:00h, ambos foram direto do parto para o berçário, eles eram a atração do berçário por serem gêmeos e tão fortes. Só tenho a agradecer a Deus.

Ser MÃE é tudo de bom. Cansativo e exaustivo às vezes, mas extremamente prazeroso. E que Deus dê a nós pais sabedoria e condições para criá-los, para que Miguelito e Ruteca cresçam com muita saúde física, mental, emocional e espiritual.

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