Livro "A criança terceirizada"

Li ontem o livro "A criança terceirizada" em 2 horas. Eu esperava um pouco mais das ponderações do autor, mas de um modo geral achei um livro bastante interessante. Recomendo para aquelas pessoas que pensam em engravidar, para "os grávidos", para os pais, como um livro de reflexões do mundo moderno. Em alguns poucos trechos (hoje!) discordo do autor, mas de um modo geral ele trata do assunto com propriedade, já que é pai, avô, e pediatra há mais de 40 anos.

Eu, sinceramente creio que o mundo está o caos que está por falta de Deus e de famílias estruturadas, com afetividade e segurança! Valores deturpados, prioridades invertidas, é triste a situação de abandono e violência em todas as camadas sociais.

Segue um trecho do livro:

Viver em família é a melhor solução para a prevenção de distúrbios de desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Ninguém, de verdade, pode substituir a relação pessoal, familiar, com a mãe, o pai e os familiares mais próximos, até porque, garantem muitos profissionais da psicologia e pediatria, as crianças cuidadas por pessoas pagas para as atenderem, acabam muitas vezes não recebendo amor verdadeiro, mas apenas cuidados higiênicos e práticas alimentares assépticas, nem sempre acompanhadas de paciência, afetividade e carinho. Claro que nem todas as babás são prejudiciais. Há casos em que elas cuidam das crianças muito melhor do que mães extremamente ocupadas em suas profissões, que não tem o tempo mínimo e, diga-se de passagem, o menor interesse na função da maternagem. Mas, nesses casos, queiramos ou não admitir, e por mais que isso possa ferir algumas pessoas mais sensíveis, a mãe é a babá. A famosa frase que diz "mãe é quem cuida, não é quem pare", aplica-se muito bem aqui. Às vezes, essas crianças têm tudo o que desejam materialmente (tudo o que o dinheiro compra), mas não tem amor verdadeiro. Infelizmente, muitas comprovações nos levam hoje a acreditar que, salvo honrosas exceçoes, tais crianças "poderão ser adultos como qualquer outra criança que tenha vindo de um lar caótico e disfuncional, crescendo sentindo-se pouco valiosa, não merecedora de cuidado, podendo ter dificuldades de cuidar de si mesma" (Rosemeire Zago).
Pagina 71, autor José Martins Filho